Percorremos uma jornada de dois semestres de estudos, reflexões,
produções.
Refletimos sobre os agrupamentos e sobre o trabalho com gêneros
literários em sala de aula.
Discutimos sobre a importância dos jogos e do brincar. Aprendemos muito
sobre planejamento do trabalho e sobre avaliação.
Conversamos sobre a necessidade de trabalhar a linguagem oral em sala e
, pessoalmente, percebi o quanto meu conceito de trabalho com a oralidade estava
equivocado. Para mim, o trabalho com oralidade resumia-se em leitura em voz
alta ou roda da novidade. Como não percebi antes, que a linguagem oral,
fundamental no cotidiano de qualquer sociedade precisa ser trabalhada em
atividades sistematizadas e com o objetivo de desenvolver habilidades
específicas???
Estudamos muito sobre projetos didáticos, sequências de atividades.
Elaboramos nosso próprio projeto e vimos que é uma estratégia muito viável.
Retomamos e aprofundamos nossas reflexões sobre as fases de aquisição da
escrita, exercitamos a análise e escolha da melhor atividade para cada uma das
fases dos alunos com o objetivo de auxiliá-lo em seu processo de alfabetização.
Ah! Claro!!! Depois que o aluno compreendeu o sistema alfabético: o que
fazer, não é mesmo??? Os desafios continuam...Para isso, vimos maneiras de
trabalhar ortografia e tantos outros temas delicados referentes à educação.
Durante todo o curso brincamos dizendo que o nosso grupo era "o
melhor grupo" de formação. E de fato foi.
Recebemos formação consistente e visivelmente percebemos nosso
crescimento enquanto profissionais.
Como profissional, finalizei o ano com mais ousadia, contemplando mais o
processo de desenvolvimento dos meus alunos, ou melhor, os 20 processos
diferentes de desenvolvimento de cada aluno. Vejo-me menos ansiosa em relação
aos conteúdos e mais segura em relação à mediação desses processos. Nesse ano,
aprendi com o grupo de alunos e para o grupo.
Percebemos nosso crescimento enquanto grupo de trabalho: as últimas
trocas de experiências em grupo, cheias de calor, de espírito colaborativo nada
se parecem com as primeiras, frias, distantes, que tinham apenas um vínculo
frágil de cumprir uma tarefa proposta.
E o nossos bonequinhos, nus e inexpressivos do primeiro encontro,
retornaram ao último dia com suas vestimentas (algumas cheias de glamour),
com suas marcas, com suas cicatrizes. Alguns deles cresceram fisicamente, como
nós crescemos também.
O meu boneco, refletindo minha trajetória, ganhou expressão e
ferramentas.
Na carreira docente, quanto mais ferramentas melhor. Trabalhamos
tentando melhorar a vida enquanto ela acontece. Nosso foco de trabalho não é
estático, nem constante, nem previsível. Um professor pode se queixar de vários
aspectos do seu trabalho, mas jamais poderá reclamar da rotina. Um dia NUNCA é
igual ao outro. Nesse contexto, o conhecimento é o nosso norte e o nosso ponto
de segurança, dentro dessa loucura apaixonante que é o exercício da docência.