quinta-feira, 27 de junho de 2013

Reflexão sobre avaliação - 2º Trabalho pessoal

Nesse momento da nossa trajetória de estudos, a primeira palavra que me vem em mente ao pensar sobre avaliação é processo, diferentemente de nossa primeira discussão sobre o  tema quando escolhi a palavra identificar para escrever na perna do meu bonequinho.
Mais do que identificar conquistas, o processo avaliativo caracteriza-se por um constante movimento de avanço e retomada de conceitos e de construção de habilidades.
Minha vida escolar foi preenchida por inúmeros instrumentos tradicionais de avaliação, como provas seminários, trabalhos e, enquanto aluna, conseguia perceber que serviam claramente para tirar nota, passar de ano e mostrar o quanto dominava-se esse ou aquele conteúdo.  Admito que tenho medo que meus alunos também pensem dessa maneira sobre os instrumentos de avaliação que utilizo e tento, através de uma prática que deseja atribuir consciência e sentimento de pertencimento ao processo educativo, fazer com que esse grupo tenha uma experiência diferente (e espero que melhor) da que eu tive.
Na universidade,   pude ter contato com leituras e discussões que apresentavam um outro sentido e função para o conceito de avaliação. No entanto a conotação de medidor já estava suficientemente enraizada para que eu continuasse a me sentir em teste também durante minha trajetória acadêmica.
Confesso que, só mesmo no exercício da docência é que passei a identificar a avaliação  como algo muito mais significativo e contínuo. Pude perceber, no dia a dia da sala de aula, que o desempenho nas provas e atividades avaliativas, por exemplo, podem mascarar o que de fato o aluno construiu em termos de aquisição de conhecimento e construção de habilidades. Nesse momento, as leituras prévias da época de faculdade começavam a deixar de ser um visão diferenciada (e até mesmo utópica) sobre avaliação e foram, aos poucos ganhando sentido.
Por certo tempo entendi toda e qualquer produção do aluno como ferramenta diagnóstica que direcionava a reorganização do trabalho e trabalhei assim. No entanto, o aspecto mais importante da avaliação está no processo e não no instrumento. Ter clareza do processo de reorganização do trabalho em função da resposta do aluno, dos movimentos de retomada e aprofundamento de conceitos e a consequente reavaliação e replanejamento da prática garantem uma atividade docente cada vez mais personalizada em relação às demandas de cada aprendiz. O olhar para a sala de aula passa de: "O que vou trabalhar com a classe?" para "O que ou como vou trabalhar com esse aluno?" Caracteriza, ao meu ver, imenso desafio, uma vez que estamos mergulhados na relação com o aluno e inevitavelmente imprimimos uma série de impressões pessoais e nada profissionais a respeito de cada um deles.
Complementando essa reflexão, o que dizer da duplicidade do processo avaliativo? Sobre o aluno que também avalia, à sua maneira, as posturas docentes, o trabalho pedagógico como um todo, o desenvolvimento de atividades? Penso que, partindo desse contexto, cabe a nós auxiliá-los nesse exercício de avaliação do processo, permitindo e criando situações para que o aluno se posicione diante dele, seja nos momentos de autoavaliação ou de reflexão sobre o trabalho docente, de maneira que possam expressar suas impressões sobre atividades, conteúdos abordados, ações docentes e que se posicionem diante da prática de ensino que vivenciam e da qual fazem parte. Devo ressaltar aqui que, o exercício de avaliação do trabalho realizada pelo aluno vai compor uma outra esfera avaliativa, que é a autoavaliação docente.

Um comentário:

Deixe seu recadinho...